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CNJ investiga juíza da Paraíba acusada de nomear peritos sem formação contábil

Juíza é alvo de apuração sobre "suposto interesse na nomeação de peritos judiciais sem formação em nível superior na área contábil e na homologação de cálculos em valores milionários, sem a observância de procedimentos necessários", diz relator.

CNJ investiga juíza da Paraíba acusada de nomear peritos sem formação contábil
CNJ investiga juíza da Paraíba acusada de nomear peritos sem formação contábil (Foto: Reprodução)

O Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por unanimidade, abrir um processo administrativo disciplinar (PAD) para investigar a juíza Ritaura Rodrigues Santana, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), por suposta infração. A magistrada é alvo de apuração sobre “suposto interesse na nomeação de peritos judiciais sem formação em nível superior na área contábil e na homologação de cálculos em valores milionários, sem a observância de procedimentos necessários”, segundo relatou o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, durante seu voto, como verificou o ClickPB.


O relator e corregedor considerou, no parecer sobre a Reclamação Disciplinar, a gravidade do caso denunciado. “É a segunda vez que há uma representação contra essa juíza”, lembrou. Ele ilustrou que, em outro processo, uma soma de R$ 160 mil passou para R$ 6 milhões. Na atual Reclamação Disciplinar, o ministro Salomão afirmou que há “indícios suficientes de que a juíza faltou com os deveres funcionais, bem como com os deveres de imparcialidade, independência e transparência, dignidade, honra e decoro.”


O ministro esclareceu que, mais uma vez, a magistrada nomeou um perito sem qualificação. “Me parece que isso tem sido uma conduta reiterada”, disse o corregedor, como apurou o ClickPB.


A empresa Sulamérica Seguros contesta, no atual processo, o valor de quase R$ 8 milhões de uma sentença de liquidação. A juíza nomeou perito que apontou valor superior a R$ 12 milhões. A Sulamérica apresentou dois laudos produzidos de forma independente que chegaram a R$ 157 mil e R$ 154 mil, respectivamente.


A juíza homologou os cálculos periciais. Porém, por determinação do Tribunal de Justiça da Paraíba para realização de segunda perícia, devido aos valores elevados, a juíza nomeou outra perita, esta com formação jurídica para realização de cálculos. A profissional apontou valor de mais de R$ 10 milhões.

Com a divergência entre as partes e ao tomar conhecimento de outro processo semelhante que tramitava no CNJ contra a magistrada, a Sulamérica apresentou à Corregedoria Nacional de Justiça o questionamento.


O número do processo é o 0000695-41.2024.2.00.0000, de acordo com informações do CNJ.


ClickPB

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