Por unanimidade, STF torna réus presos por morte de Marielle
Apontados como mandantes do crime, os três foram presos em março em uma operação da Polícia Federal
A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para tornar réus três principais suspeitos de terem planejado o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco: o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa. A informação é do portal R7, parceiro nacional do Portal Correio.
Apontados como mandantes do crime, os três foram presos em março em uma operação da Polícia Federal, com participação da PGR e do Ministério Público do Rio de Janeiro. Autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou em delação premiada que Chiquinho, Domingos e Rivaldo tiveram participação no assassinato.
De acordo com Lessa, o crime seria uma vingança contra o ex-deputado estadual Marcelo Freixo, para quem Marielle trabalhou como assessora. Na última sexta-feira (7), o Moraes autorizou a transferência de Ronnie Lessa da penitenciária federal de Campo Grande para o presídio de Tremembé, em São Paulo. Além disso, o ministro tirou o sigilo da delação do ex-policial.
No relato, Lessa disse, ainda, que Marielle era uma “pedra no caminho” dos irmãos Brazão. “Foi feita a proposta, a Marielle foi colocada como uma pedra no caminho. O Domingos, por exemplo, não tem ‘papas na língua’”, afirmou Lessa aos investigadores. Além disso, de acordo com o policial, o plano para matar Marielle teve início em setembro de 2017.
Ao reiterar a denúncia, o representante da PGR (Procuradoria-Geral da República) apontou que o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão e João Francisco Inácio Brazão teriam infiltrado Laerte Silva de Lima no PSOL com o objetivo de coletar informações sobre a atuação política do partido e dos integrantes.
“Marielle se tornou, portanto, a principal opositora e o mais ativo simbolo da resistência dos interesses econômicos dos irmãos. Matá-la significava eliminar de vez o obstaculo e, ao mesmo tempo, dissuadir outros políticos do grupo de oposição a imitarem a postura”, disse o representante.
Defesa
A defesa de Rivaldo Barbosa, o advogado Marcelo Ferreira, afirmou que a denúncia se baseia com base em delação e “sem provas”. Segundo ele, não há nada que aponte o recebimento ilícito de valores. “Antes da federalização, a polícia civil realizou um excelente trabalho. Nos autos, Rivaldo já havia sido investigado pelo Gaeco, que deu ensejo a outra e foi verificado a inexistência de qualquer ato ilícito. Receber a denúncia é colocar no banco dos réus a própria polícia civil do Rio”, disse.
A defesa de Rivaldo também alega que o ex-vereador Marcello Siciliano contratou policiais para produzirem um dossiê que incriminasse os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, presos por acusação de serem os mandantes do crime.
Já o advogado de Chiquinho Brazão, Cleber Lopes, negou qualquer tentativa de infiltração de Laerte Silva ao PSOL, alegando, ainda, que ele foi filiado por conta de uma ação de terceiros.
Portal Correio
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