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Áudios de Mauro Cid alimentam acusações de perseguição a Bolsonaro e devem levar ex-ajudande de ordens de volta à prisão

Mauro Cid atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro durante todo o mandato do ex-presidente

Áudios de Mauro Cid alimentam acusações de perseguição a Bolsonaro e devem levar ex-ajudande de ordens de volta à prisão
Áudios de Mauro Cid alimentam acusações de perseguição a Bolsonaro e devem levar ex-ajudande de ordens de volta à prisão (Foto: Reprodução)

Áudios vazados, nesta quinta-feira (22), devem contribuir para a revogação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Nas mensagens, publicadas pela Revista Veja, o ex-ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insua suposta perseguição e diz que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para condenar os envolvidos em suposta trama golpista para impedir a posse do presidente Lula (PT) já estaria pronta. Cid foi preso nos primeiros meses do ano passado e conseguiu a liberdade após fechar cordo de delação premiada.

Nos áudios vazados, Cid diz que os policiais federais, que conduziram os interrogatórios da delação, queriam que ele falasse coisas que não sabia ou não seria verdade. “Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, contou. “Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo”, completou.

Diz ainda que a narrativa para as prisões está pronta e que ele foi o único a perder. “Eles estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E todas as vezes eles falavam: ‘Ó, mas a sua colaboração. Ó, a sua colaboração está muito boa’. Ele (o delegado) até falou: ‘Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por nove negócios de vacina, nove tentativas de falsificação de vacina. Vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá’. Ele falou assim: ‘Só essa brincadeira são trinta anos para você’.”

Cid disse que os delegados encarregados do caso só registravam as informações que se encaixavam naquilo que ele chama de “narrativa”. “Eu vou dizer o que eu senti: já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar, e eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem”, ressaltou.

Recentemente, Mauro Cid foi convocado pela Polícia Federal para novos depoimentos. Os investigadores entenderam que ele escondeu fatos na colaboração. Isso ocorreu depois dos depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas indicarem que eles rechaçaram suposta trama golpista de Bolsonaro. As informações foram dadas nos depoimentos do general Freire Gomes, do Exércto, e do tenente-brigadeiro Baptista Júnior, da Aeronáutica.


Por Suetoni Souto Maior

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